Sucesso na TV, atriz estreia nesta quinta-feira (24) filme em que vive Elis Regina
Desde a novela Império, em 2015, Andreia Horta vem emendando um trabalho no outro. Mas, nestes 17 anos de carreira, a atriz, que chega aos cinemas nesta semana na pele de Elis Regina, nunca tinha estado tão na berlinda. “Lido muito bem com isso, sinto que nada foi de repente”, assegura ela, que também esteve à frente do sucesso Liberdade, liberdade, novela de época das 23 horas. Mas, depois de viver Elis, ela confirma que nada será como antes. “A riqueza desta experiência é meu patrimônio. Trabalhei cada gesto para chegar perto da memória que as pessoas têm dela.”
Como foi viver Elis?
Trabalhei muito: corpo, pesquisa, fonoaudiologia, canto. Recebi um HD com 48 horas de entrevistas do início ao fim de sua carreira. Quando você evoca, o próprio inconsciente produz coisas. Um dia acordei e percebi que tinha vivido uma grande experiência. Mas é muito pessoal, não conto. Não tive nenhum envolvimento com os filhos. Eles deram toda a liberdade para o Hugo [Prata, diretor]. Nunca se meteram, nunca reclamaram de nada. Só depois estive com o João Marcello Bôscoli e o Pedro Mariano. Foram gentis e generosos comigo.
A morte dela é polêmica. O que acha disso?
Ela teve um infarto, a dose de cocaína encontrada na autópsia era muito pequena. Ela tinha experimentado nos últimos meses de vida, mas sempre implicou com drogas. Acho injusto o rótulo que ficou. Elis era uma artista disciplinada, honesta consigo mesma e com seus valores.
Com tanta exposição, como lida com a inveja?
Muito bem. A inveja é um problema de quem sente, não tenho nada com isso. Fiz 33 anos, é uma idade de renascimento. As coisas foram acontecendo de forma fluida. Mas minha vida continua protegida. O que ofereço para a sociedade são meus personagens, não essa coisa da celebridade. Me incomoda pessoas acharem que eu tenho de casar e ter filhos, acho um absurdo isso. Esse tipo de pergunta é chocante. Parece que é o destino que toda mulher precisa ter. O brasileiro em geral é muito machista, inclusive as mulheres.
Fonte: Revista Época